Secretária Macaé Evaristo participou da abertura do evento, onde falou sobre a aproximação dos estudos desenvolvidos nas universidades com a agenda da Educação Básica
A Secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo, defende maior proximidade entre a produção acadêmica e a Educação Básica. “Temos muita produção e nem sempre estão acessíveis aos alunos da Educação Básica. Temos uma tarefa de aproximar estudos desenvolvidos nas universidades das escolas públicas em Minas”. A secretária falou durante a abertura do seminário de apresentação dos resultados parciais do projeto “Marfins africanos no espaço atlântico: circulação, manufatura e colecionismo dos séculos XVI a XIX”, na manhã desta segunda feira (22/05), no Museu Mineiro.
A pesquisa teve início em 2013, fruto de parceria entre a Universidades Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de Lisboa (UL). Em 2015, foi selado acordo de execução, sob a coordenação dos professores Vanicléia Silva Santos (UFMG) e José da Silva Hoirta (UL).
A proposta pretende inaugurar um novo campo de estudo no Brasil, a partir de três aspectos: reavaliar os conceitos para estudo dos marfins (o que significa marfim africano, marfim luso-africano ou afro-brasileiro); investigar a produção e circulação de marfins e matérias primas africanas esculpidas no mundo atlântico, entre os séculos XVI e XIX; e construir um banco de dados sobre os marfins que chegaram ao Brasil colonial, de modo a identificar os tipos de objetos de marfim que circularam no Brasil.
Para o Secretário de Estado de Cultura, Ângelo Osvaldo, nosso patrimônio tem muito a se enriquecer com esse seminário. “O marfim tem presença muito forte em Minas Gerais. Tínhamos muito ouro e o que era prata e marfim, ganhou prestígio singular”, relatou.
Segundo dados da pesquisa, desde 1959, apenas o segmento de marfins luso-africanos tem sido objeto de estudo e interesse acadêmico, porque é considerado uma das primeiras expressões artísticas e materiais da globalização moderna, justificando o estudo desse segmento. “No entanto, este projeto é a primeira tentativa de estudar esse segmento no contexto da escultura em marfim africano em geral. Além disso, baseia-se em novos dados que estão sendo pesquisados em Portugal e no Brasil, o que coloca ênfase na produção e circulação de marfins africanos do mundo atlântico ao longo de períodos muito maiores de tempo”, explica a professora Vanicléia Silva.
O Seminário acontece até quarta-feira (24/5), no Museu Mineiro, e conta com a parceria e apoio da Secretaria de Estado de Educação (SEE), Secretaria de Estado de Cultura (SEC), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade de Lisboa (UL) e dos museus Mineiro, da inconfidência, Oratório e de Arte Sacra, de Mariana.