Inclusão é tratada com naturalidade na Escola Estadual São Bento, em Belo Horizonte. Na imagem, sala de aula do 5º ano com Letícia e Laura, duas estudantes com Síndrome de Down. Foto: Franciele Xavier (SEE/MG)

No Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado neste 21 de março, a estudante Letícia Andrade, de 11 anos, aluna da Escola Estadual São Bento, em Belo Horizonte, é um exemplo daquilo sobre o qual se busca conscientizar na data: direitos igualitários, bem-estar e inclusão das pessoas com Down.

Letícia cursa o 5º ano do Ensino Fundamental e é uma aluna extremamente dedicada e organizada – faz todos os deveres de casa e as lições em aula, gosta de tudo em seu devido lugar e não sai da sala sem guardar seus materiais e sem apagar a luz – e quando passa pelos corredores da escola faz questão de responder a todos os cumprimentos que recebe.

Além de ser um modelo para o modo como todas as pessoas com Síndrome de Down devem ser tratadas e respeitadas, a estudante também representa as políticas de Educação Especial da Secretaria de Estado de Minas Gerais, que garantem a inclusão no Ensino Regular e o Atendimento Educacional Especializado (AEE) a todos os estudantes com deficiência em Minas Gerais, seja ela física, intelectual, visual ou auditiva.

Letícia, além de estudiosa e organizada, é popular na Escola Estadual São Bento: por onde passa, recebe elogios e cumprimentos. Foto: Franciele Xavier (SEE/MG)

“Eu gosto muito de estudar, de ler e de vir para a escola”, disse Letícia, enquanto recebia aulas de reforço de alfabetização, rotina comum na Escola Estadual São Bento para que os alunos da Educação Especial consigam participar das aulas sem enfrentar grandes dificuldades. A professora Lídia Agostinho comenta o quão gratificante é ver o progresso de suas duas alunas na escola – Letícia e sua colega de sala Laura Regina, também de 11 anos e portadora de Síndrome de Down. “Elas são muito sociáveis, carinhosas e estão preparadas para estudar no Ensino Regular, sim. As duas dão muito retorno do conteúdo que é desenvolvido nas aulas, e são crianças que brincam com todos os colegas no recreio, na educação física, participam de todas as atividades da biblioteca, ou seja, o aprendizado e a socialização são excelentes”, disse a educadora.

De acordo com o último Censo Escolar (2017), a rede estadual de ensino conta com 35.372 matrículas de alunos com deficiência intelectual, que engloba também a Síndrome de Down. A vice-diretora da E.E. São Bento, Maria José Fraga Fonseca, explica que todos os alunos de Educação Especial são recebidos com muito carinho e que há muitos anos trabalha com a promoção de direitos igualitários e bem-estar para os portadores de deficiências.

Laura e Letícia são da mesma sala e recebem aulas de reforço de alfabetização para não terem dificuldades em acompanhar a turma. Foto: Franciele Xavier (SEE/MG)

“Nunca tivemos problemas com as políticas de inclusão da Secretaria de Estado de Educação na Escola. Muito pelo contrário: todos os pais pedem para que haja a inclusão, os colegas se tratam de igual para igual, tanto nos momentos de brincadeira quanto em sala de aula. Acreditamos que a inclusão tem que ser vista com naturalidade, já que todos aqui, portadores de deficiência ou não, sentem-se bem, são aceitos por todos e sabem respeitar uns aos outros”, disse.

O carinho nas aulas de reforço é recíproco; professora Lígia diz ser gratificante trabalhar com as alunas com Síndrome de Down. Foto: Franciele Xavier (SEE/MG)