Todos os alunos e professores do 1º ano do ensino fundamental da rede pública em Minas vão contar com um novo aliado no processo de alfabetização: o livro didático "Cantalelê". São 288 mil exemplares para os alunos de seis anos e 12 mil guias para os professores, que estão sendo entregues nas 2.534 escolas estaduais e nas 7.553 municipais dos 853 municípios mineiros, durante o mês de maio. A estratégia faz parte das ações da Secretaria de Estado de Educação (SEE) para o cumprimento da meta de ter 100% das crianças mineiras lendo e escrevendo até os oito anos de idade, em 2010. O investimento do Governo de Minas é de R$2,7 milhões.

Ao analisar obras sobre o tema, a equipe pedagógica da SEE escolheu o livro "Cantalelê", de Sônia Madi, focado na alfabetização das crianças de seis anos. O livro é inovador no conteúdo, com ilustrações e exercícios que despertam o interesse do aluno nesta idade, e no formato, com um CD musical em cada exemplar. Todo o trabalho de alfabetização proposto se apoia em canções infantis inéditas, do músico Luiz Ribeiro. As músicas conciliam a linguagem poética e musical, apresentam rimas, refrões e variados ritmos do universo infantil, favorecendo o aprendizado da leitura de forma lúdica e prazerosa.

Cada estudante terá o seu material de uso individual, com o respectivo CD, para ser usado na escola e em casa, e não terá que devolvê-lo. Para garantir a utilização plena do material, a SEE está disponibilizando recursos para a compra de equipamentos de som para as salas de 1º ano das escolas estaduais.

Capacitação

Para utilização do livro "Cantalelê" e respectivo Guia do Professor nas escolas, a SEE organizou a capacitação dos professores e supervisores pedagógicos das escolas estaduais e municipais, das equipes regionais e central. A primeira etapa foi em fevereiro e envolveu 550 participantes. O encontro contou com a participação da autora do livro, que apresentou a fundamentação teórico-metodológica da proposta, e com a presença do autor das músicas. As etapas regionais e municipais foram realizadas em março. O processo de capacitação atingiu diretamente todos os 12 mil professores envolvidos com a alfabetização no 1º ano do Ensino Fundamental. A SEE, através da Superintendência de Educação Infantil e Fundamental, estruturou e organizou um processo de monitoramento, orientação e apoio para que nenhuma escola se sinta só no desafio de alfabetizar as crianças.

Ensino fundamental de nove anos, um novo contexto

O ponto de partida para a melhoria do desempenho dos alunos da rede pública foi a ampliação, a partir de 2004, da duração do ensino fundamental, de oito para nove anos em todo o Estado, quando as crianças passaram a ingressar nas escolas da rede pública aos seis anos de idade, dedicando mais tempo para formação educacional. Desde então, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Educação, tem investido pesadamente na capacitação de professores, orientadores e supervisores. A equipe central da SEE e as equipes de técnicos das 46 superintendências regionais de ensino (SRE) foram reforçadas com um número maior de profissionais para acompanhar a implantação do projeto em cada escola e em cada sala de aula. De 2003 a 2007, a SEE realizou três congressos estaduais de alfabetização – em cada edição, reuniu cerca de 3 mil professores e especialistas das escolas estaduais e representantes de prefeituras municipais – e implantou em todas as escolas o Plano de Intervenção Pedagógica (PIP), a partir dos resultados das avaliações, como âncora do processo de planejamento focado no desempenho dos alunos.

A SEE focou o trabalho na alfabetização das crianças matriculadas no Ciclo de Alfabetização (1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental de 9 anos) e definiu as capacidades lingüísticas que as crianças devem desenvolver gradualmente em cada período do ciclo. Para dar suporte às ações do processo de alfabetização, a SEE desenvolveu um conjunto de diretrizes metodológicas com cadernos de orientação ao professor alfabetizador, especialistas e diretores de escola, além de uma escala de proficiência de alfabetização (escala pedagógica que quantifica a qualidade da alfabetização), que varia de 0 a 800 e apresenta de forma ordenada e contínua o desempenho dos alunos dos três anos de escolaridade avaliados.

O desempenho dos alunos da fase de alfabetização na rede pública em Minas vêm melhorando a cada ano, como mostram os resultados do Proalfa. O objetivo é alfabetizar todas as crianças até os oito anos de idade, condição básica para o sucesso da vida escolar. Assim, para dinamizar e e facilitar o aprendizado das crianças, a equipe pedagógica da SEE optou por diversificar os instrumentos de apoio ao trabalho de sistematização da alfabetização. Além do livro didático Cantalelê, a SEE fornecerá o "Guia do Professor Alfabetizador" do 1º, 2º e 3º anos do ensino fundamental, elaborado por um grupo de alfabetizadores da rede pública. O guia traz diretrizes práticas e objetivas com roteiros de atividades para o dia a dia na sala de aula e as respectivas metas a serem alcançadas ao final de cada uma. O guia será distribuído até o final de maio.

Proalfa

Em 2005, a SEE implantou o Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa), que avalia o desempenho de todas as crianças do 3º ano (fase final do ciclo de alfabetização) das escolas da rede pública em Minas. A avaliação do Proalfa/2007 revelou que as crianças de oito anos de idade estão lendo melhor na rede pública de ensino de Minas. Os resultados dos alunos do 3º ano das escolas estaduais e municipais em 2007 apontam que subiu para 58,1% o percentual de crianças com nível "recomendável" de leitura. Em 2006, era de 45%. Também houve redução do percentual das crianças que não sabem ler ou não lêem bem. As taxas de alunos que estavam nos níveis "baixo e intermediário" caíram de 33,4% para 24,3% e de 21,4% para 17,6%, respectivamente. Nas escolas estaduais, os resultados foram ainda melhores: o índice de alunos no nível recomendável subiu de 48,7 % para 66% e o índice dos estudantes no nível baixo reduziu de 30,8% para 18,9%, na comparação dos resultados de 2006 e 2007. Os alunos que não atingiram os níveis intermediário e recomendável até os oito anos, são acompanhados e novamente avaliados pelo Proalfa nos anos subsequentes.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL